segunda-feira, 5 de maio de 2008

MOMENTO DE POESIA (4)

PORQUÊ …
Porque razão é a vida assim ?
Do ventre da mãe apenas saídos,
Se começa logo com sofrimento…
Na disputa contínua e constante,
Da escola em tempos idos,
Sempre com algum tormento,
Até à adolescência mutante,
Foi para todos e também para mim…

Entra-se da juventude à adulto,
Crescendo ainda mais o tumulto,
Hormonas a indicar nosso rumo,
Casando ou não, tal fio de prumo,
Nas montanhas agrestes do íntimo,
Tal qual velozmente acontece,
Temos filhos, e muita labuta,
Conquista a conquista se luta !

Faz-se então nossa carreira,
Num frenesim de penoso trabalho,
Cada qual à sua maneira,
Com calor ou muito orvalho,
Vislumbra-se ao longe a trincheira,
Entre sabores alegres a alho,
É momento de olhar bem fundo,
O que fazemos neste mundo ?

Os quarenta já lá foram,
Já muito próximo dos sessenta,
Calma, vamos parar, pensamos,
Olhando com leitura atenta,
Afinal, como é? Para onde vamos?
Amigos já na sua reforma,
Invejamos se ainda em forma,
Também queremos essa norma !

Fui, cheguei ou não, ainda não sei…
Vivi, como outros a existência.
Um grito acorda a nossa alma,
Nunca desta forma acordei,
Olhando com sadia inteligência
Num gesto de profunda calma,
Tenho alento de nova meta,
Viver e vendo crescer minha neta…

1 comentário:

josé adegas disse...

lindo o momento de poesia 4! tb sei o que são as agruras da vida, passei e passo por elas. e tb sei o que é amar os netos! parabens eduardo!!! o restante vou lendo o.k.?! depois comento! abraço com amizade adegas.