segunda-feira, 14 de abril de 2008

MOMENTO DE POESIA (3)


Momento

A imagem está aqui bem sólida e ardente...
Olhar fugaz, algo complacente,
O feminino breve, enganador, mas presente,
Minha entranha absorve, como sempre...
Não tenho mais que fazer ?
O pensamento fortuito a valer !
Talvez ausente, mesmo sem querer,
Esta angústia íntima, também prazer !
Porque somos assim, tão estranhos ?
Com equívocos tamanhos ?
Viver loucuras, como doces banhos,
Os homens tal como rebanhos !
Um dia saberei exactamente porquê !
Outros que se foram, ninguém os vê...
Ilusões, manias, tardias de juventude,
Como carícias de vã solicitude !
O momento, a imagem continua,
A alma plena e vazia, sinto-a nua,
Valerá a pena, a minha e a tua,
Almas gémeas, na calma da rua ?
Deixo vaguear o pensamento...
Num ardor, vivido com tormento,
Fugidio, este estranho momento,
Tem que terminar este lamento !

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